Não é preciso enteder muito de carros para perceber que a indústria brasileira é atrasada. Que além de nossos modelos serem defasados, pagamos caro por eles. Durante anos nos empurraram verdadeiras carroças, que, sem escolha nem parâmetros, éramos obrigados a aceitar.
Mas com o novo papel que o Brasil assume no cenário econômico mundial isso vai acabar!
Até 10 anos atrás, quando os países desenvolvidos já equipavam seus carros obrigatoriamente com air-bags, já estacionavam com sensores, já guiavam com GPS, computador de bordo, direção elétrica e câmbio automático, carro "completo" no Brasil era ar + direção hidráulica + vidros e travas elétricas. Patético. E como explicar tal absurdo?
É aí que trago o assunto de hoje. O Carro-chefe da Chevrolet brasileira, um dos mais amados entre nossos consumidores, o que provavelmente está na sua garagem agora: O Celta.
Talvez umas das maiores jogadas de marketing e engenharia que já se viu, sua história começa lá trás, em mil novecentos e noventa e quatro. A nova família de entrada da Chevrolet, chegara para continuar o sucesso de seu antecessor - o Chevette - e ainda encarar os novos concorrentes de peso que estavam por vir, chegou com ousadia, surpreendeu, inovou, conquistou.
O sucesso ampliou a família, lançou sedan, pickup e wagon. Bateu de frente com os novos Gol e Palio por anos. Mas tudo tem um fim, certo? Errado.
Como, depois de 6 anos de mercado, já com design defasado, tirar um sucesso de linha? Como manter a imagem de "empresa inovadora"
A reposta pode ser óbvia: lançando um novo produto. Assim nasceu o Novo Corsa. Imponente, espaçoso, lanternas na coluna, cintura alta, design duvidoso. A verdade é que o novo corsa poderia até ter recebido outro nome, pois em nada lembrava seu antecessor. E isso refletia nas vendas, já que Novo Corsa nunca emplacou.
Mas quem disse que queriamos tudo aquilo? Quem disse que o carro de entrada precisava se sofisticar tanto? O Sedan com todo aquele tamanho intimidava, encarecia. O consumidor brasileiro queria mesmo era um sedan pequeno e sem graça, esmirrado por dentro e por fora. Até que, em uma mente brilhante, surge o grande plano. Vamos relançar o velho Corsa!
E, como uma das coisas que brasileiros mais gosta é ser enganado (vide a política), não tinha como dar errado. Bastava um "tapa" no visual e um novo nome para empurrar por mais 10 ou 15 anos aquele mesmo projeto que inovou em 94. E ninguém ia perceber.
Assim, nasceu o "Celta, o melhor carro que você já fez". Lembram deste slogan? Sim, você. Você escolheu que nossos carros seriam atrasados. Você escolheu comprar o mesmo carro por causa dos novos faróis e lanternas, mas com acabamentos e plásticos ainda piores. Você escolheu um carro com o volante torto. E se não fosse mais caro, você escolheria o Celta sedan (Prisma).
A matéria terminaria aqui, mas não posso encerrar sem falar do Classic. Os dois carros da Chevrolet que mais vendem fizeram sucesso em 94. Um foi maqueado em 2000, o outro 10 anos depois, recebendo faróis e lanternas de formas tão duvidosas quanto o gosto do brasileiro. Estamos em 2011.



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